Compartilhar e refletir sobre práticas no cuidado à saúde mental, visando oferecer um atendimento cada vez mais acolhedor à população, foi o objetivo do 3º Encontro de Saúde Mental do CEJAM, realizado nesta terça-feira (23).

O evento ocorreu no auditório Suzana Colombi, na sede da instituição, e foi transmitido ao vivo pela TV CEJAM no YouTube, reunindo colaboradores e gestores em um momento dedicado à troca de experiências e à discussão de estratégias de atenção psicossocial, com o intuito de aprimorar a qualidade da assistência à saúde.

Na abertura do encontro, a gerente técnica do CEGISS (Centro de Gerenciamento Integrado de Serviços de Saúde), Raquel Paula de Oliveira, destacou o papel transformador das ações que seriam compartilhadas. “Que as experiências apresentadas mostrem que essas práticas são possíveis, nos inspirem e fortaleçam nossa missão de transformar vidas.”

Em seguida, a gerente corporativa do CEJAM, Floriza Mendes, enfatizou a importância de voltar o olhar para o autocuidado e para as relações coletivas. “Este encontro é uma oportunidade para nos tornarmos mais conscientes do valor de cuidar de nós mesmos, do próximo e de cultivar um ambiente mais humano, saudável e solidário”, completou.

A programação teve início com a palestra da fonoaudióloga e especialista em saúde mental Cristiana Beatrice Lykouropoulos, que alertou para os riscos da chamada ‘patologização da vida’, expressão usada para descrever a tendência de transformar situações comuns de sofrimento humano em diagnósticos médicos. “Transformamos tudo em doença porque falta produção de saúde quando sentimos sofrimento. Por isso, nosso papel como profissionais é gerar saúde, e não apenas apontar a doença”, ressaltou.

As experiências exitosas demonstradas ao longo da manhã evidenciaram como diferentes serviços têm desenvolvido abordagens inovadoras e humanizadas no cuidado em saúde mental.

O projeto “Ouvidores de Vozes”, do CAPS Adulto II Jardim Lídia, foi apresentado pela psicóloga Camila Rego. Voltado ao acolhimento de pessoas que ouvem vozes — condição que afeta cerca de 2 a 4% da população —, o grupo oferece um espaço de partilha que rompe estigmas e permite que os pacientes se expressem sem julgamentos.

Em seguida, Melissa Cristina de Souza, assistente social do CAPS AD III Jardim Ângela, trouxe o tema “Ações de Empregabilidade e Geração de Renda”, demonstrando como capacitação profissional, economia solidária e programas de trabalho formal ou protegido têm ampliado oportunidades e promovido autonomia entre os usuários da unidade.

Do CAPS Infantojuvenil II M’Boi Mirim, Thalita Nicolau Freire, psicóloga, e Isabella Lima de Paula, terapeuta ocupacional, abordaram “Estratégias de Saúde Mental no Atendimento a Crianças e Adolescentes”. As iniciativas integram escola, família e serviço de saúde, com encontros de matriciamento, debates online com equipes escolares, visitas às unidades de ensino e grupos voltados para mães atípicas, criando uma rede de apoio contínua e estruturada.

Já o grupo “Cuidando de Quem Cuida”, apresentado por Gabriela Fiorone, terapeuta ocupacional, da enfermaria psiquiátrica do Complexo Hospitalar Padre Bento, busca acolher os familiares e cuidadores que acompanham de perto os pacientes. O projeto oferece espaços de escuta e atividades terapêuticas, promovendo o bem-estar e fortalecendo o apoio emocional desses cuidadores.

O encerramento foi conduzido por Maria Angélica Crevelim, supervisora técnica do CEGISS, que reforçou a relevância do Sistema Único de Saúde na consolidação dessas práticas. “Se há um campo em que precisamos exercitar a intersetorialidade e a equidade, é na saúde mental. O SUS é o caminho para transformar estratégias em resultados para a população.”

Assista ao evento da íntegra pelo canal da TV CEJAM no Youtube.

Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento